sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Escolas técnicas no Brasil registram aumento recorde na última década

Número de vagas em escolas técnicas no Brasil contabiliza o maior aumento de sua história após anos de estagnação. Segundo o Ministério da Educação, 348 mil alunos estão matriculados nas 341 unidades espalhadas pelo país

Em oito anos, número de unidades triplicou em todo o país. Um dos responsáveis pelo aumento da oferta de oportunidades é o programa Brasil Profissionalizando, criado em 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visa, sobretudo, modernizar e expandir as redes públicas de ensino médio à educação profissional.

De acordo com o MEC, até o final do governo anterior, em 2002, existiam no Brasil 140 institutos federais de educação, sendo que, nos oito anos do governo tucano (1995-2002), apenas 11 unidades foram entregues à população.

“A Lei nº 9.649 foi mais uma das tantas tentativas de enfraquecimento por parte dos que não querem o avanço social do Brasil”, afirmou Yann Evanovick, presidente da União brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), fazendo referência ao decreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que proibia a expansão de novas unidades de institutos federais de educação em todo o território nacional. Lula revogou a lei em 2005 com o decreto 11.195 que, ao contrário da outra, facilitava os procedimentos para a expansão da rede.

De 2002 para cá, foram criadas 214 unidades de IFs em todo o país, ou seja, em oito anos, o número cresceu mais da metade em comparação às outras 140 entregues pelos governos anteriores.

A presidente do Conselho das Instituições da Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Conif) e reitora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Consuelo Santos, comenta que uma das principais virtudes das escolas técnicas, em especial a de SC, é ficar atento às demandas locais de trabalho. “Atentamos à necessidade de profissionais capacitados para trabalhar com construção naval no porto de Itajaí. De olho nessa fatia de mercado, trabalhadores estão procurando o curso para se capacitar”, avaliou.

“A instituição serve também como fator agregador para a comunidade, pois através de cursos gratuitos oferecido pelo IF, o aluno sai formado e sociabilizado”, finalizou a reitora.

O reitor do Instituto Federal de Goiás (IFGO), Paulo César, sabe como poucos o quanto o Brasil se desenvolveu em termos educacionais na ultima década. Paulo foi professor da entidade durante 25 anos e sentiu na pele as duas faces da moeda. “Nunca vivenciamos um momento tão bom como este do governo Lula. Além da estrutura física, que elevou o número 6 unidades (antes de 2002) para 14 (até o final de 2010), recebemos o respaldo financeiro necessário para lecionar”, comemorou.

Paulo destacou ainda a questão da interiorização e democratização do ensino, não só das universidades, mas também das escolas técnicas. “Hoje, um morador do interior de qualquer estado brasileiro poderá estudar sem precisar se locomover até um grande centro. Isso é avanço”, constatou.

Por que fazer um curso técnico?
Para Élvis Abreu, 17, estudante de Eletrotécnica do Instituto Federal de Santa Catarina, a escola técnica vai de encontro não só com as necessidades do aluno, mas também das empresas. “A formação técnica nos permite ingressar no mercado de trabalho rapidamente. Muitas empresas da minha área precisam de técnicos recém-formados que consigam lidar com as novas tecnologias”, afirmou o aluno que já está na 4ª fase do curso.

A estudante de saneamento do IFSC, Mayara Greskovic, 16, faz o curso junto com o segundo grau. Ela quer utilizar o fato de sair da escola com uma formação para “engatar” uma graduação. “Com certeza sairei na frente por já sair formada do segundo grau. Quando terminar o técnico vou arcar com a faculdade”, concluiu.

Paulo Tonon

Nenhum comentário:

Postar um comentário