Na madrugada do dia 10 de junho foi aprovado pelo senado federal a emenda que destina 50% do fundo social do pré-sal para educação, de autoria dos senadores Fátima Cleide, Inácio Arruda, Ideli Salvati e sustentada por Inácio Arruda, Fátima Cleide e Antônio Valadares. Durante toda manhã do dia 9 de junho estudantes pressionaram os senadores sobre a votação da emenda que teve início às 14 horas e terminou às 03h30 da manhã do dia seguinte.
A polêmica sobre os royalties tomou o centro da votação, porém, com muita insistência, os senadores conseguiram imprimir a marca do debate travado pelas ruas de todo o Brasil durante o mês de março na jornada de lutas da União Brasileira dos Estudantes (UBES), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).
“A conquista dos 80% para a educação básica deve ser comemorada, pois o resultado é fruto de um debate travado pelo movimento educacional”, afirmou o presidente da UBES, Yann Evanovick (foto). Segundo dados da ONG Ação Educativa, o Brasil gasta menos de 60% da estrutura básica para o ensino médio. Já outro estudo, denominado “Uma visão dentro da escola primaria”, patrocinada pela UNESCO e realizado entre 2005 e 2007, revela que o Brasil investe pouco nas séries iniciais do ensino fundamental.
De acordo com o Ministério da Educação, no país são investidos 1.159 dólares por estudante, enquanto no Chile, por exemplo, esse valor chega a 2.120 dólares. Na comparação entre países quanto a carga horária nos quatro anos iniciais do ensino fundamental, o estudo aponta que no Chile os estudantes têm 1.200 horas/aula. Já no Brasil esse número é de 800 horas/aula por ano.
Para Yann, um dos principais mecanismos para que o aluno adquira maior conhecimento no âmbito escolar é aumentar o número de escolas em período integral. “Os jovens estudantes precisam adquirir uma bagagem intelectual vasta para que, posteriormente, consigam colocar todo seu conhecimento na universidade. Para isso é necessário a implantação de mais escolas em período integral”, afirmou Evanovick. A votação segue para a câmara federal, onde deverá ser votada ainda essa semana, segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.
Da Redação
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